01/05/11

Encostar-me à parede.

Há situações que me ultrapassam. 
É de tal forma fantástico pensar e concluir que tudo o que fazes é desprovido de qualquer valor possível. 
É, mais uma vez, fantástico, aperceberes-te de que nada nem ninguém está a teu favor, de que nada nem ninguém te acompanha, que estás contigo e só contigo e que apenas tens um lugar fixo para observar, o teu interior. 

Acho que tenho, nem que seja uma noção, da quantidade exagerada de características consideradas defeitos que fazem parte de mim. Também, se não a tiver, tenho a certeza que alguém ou que alguma situação me vai fazer questão de mostrar e de dar a entender. 
Diariamente lido com isto. 
É costume afirmar que depois de se repetir constantemente algo em que se acredita, essa situação passa a ser considerada verdade, tanto para nós próprios como para quem nos ouve/rodeia. E realmente é isso que se passa. Hoje em dia, tenho noção que é verdade tudo o que dizem ou pensam acerca de mim. Não sou uma pessoa fácil de gostar e as evidências o provam. Não sou uma pessoa fácil de conhecer. Não sou uma pessoa acessível. Não sou uma pessoa que dá tudo dela própria para atingir o que realmente quer. Não sou uma pessoa com objectivos. Não penso. Ou melhor, não raciocino. Não sou definida.
E suma, não sei quem sou. E se algum dia souber, vai ter que ser longe de julgamentos e depressões.

Tenho o cabelo comprido, mas mesmo assim, consigo afirmar com todas as letras, que estou pelas pontas dos cabelos com o ambiente familiar em que vivo.