30/04/11

Excluir a hipótese da repetição.

Não me considero muito exigente. 
Apenas gosto de me sentir confortável. 
E por mais estranho que pareça, há situações, como por exemplo o percurso de hoje até ao bragaparque, o qual já repeti vezes sem conta com aquelas pessoas, que, por vezes, servem para despertar certas conclusões em relação a determinadas palavras já proferidas. 

29/04/11

Olhar pelo lado de fora.

Quero, quero, quero e quero sair daqui. (Acho que) Tomei uma decisão. Vou para Lisboa. Ou melhor, pelo menos sei que vou concorrer para lá, nem que tenha de ser sem o conhecimento prévio da minha mãe. Sinto necessidade de me afastar de tudo e de todos com quem estou na escola, isto porque sei que não vou sentir a falta de ninguém, quando os vir pelas costas. 
Não estou presa a nenhum deles. Não gosto de ninguém nem sinto que nenhum deles goste mesmo de mim. No meio da comunidade escolar onde me insiro e que me acompanha diariamente sinto-me como uma intrusa de que nenhuma alma nota presença/falta. 
Foi, definitivamente má escolha frequentar aquela escola, em todos os aspectos.

Ontem estive com a Sofia. Sinto-me mesmo bem com ela. Eu gosto mesmo dela e de sentir a sua presença, tal e qual como antes. Ela conhece-me.
Para ser sincera, chego a sentir falta das pessoas e dos tempos da André Soares.
 

"I'm living in a strange world, strange world, strange world."

Hoje o Melo não estava bem. Notava-se a léguas. Não falava com ninguém, apenas com quem o solicitava. Para me dar mais um argumento para corroborar a minha tese, ele nem me dirigiu a palavra. Não fiz por isso, também. Primeiro, porque ele não se tem preocupado minimamente em manter qualquer contacto comigo, segundo, porque ele sabe que se precisar de alguma coisa vou estar sempre pronta para o ouvir e se ele não toma iniciativa de falar sobre o que o preocupa, não, eu não o vou confrontar com o assunto, por mais que me custe. E terceiro, porque me parece que há situações em que um olhar basta. E esta poderia e deveria ser uma delas.

24/04/11

Ambiente satisfatório.


"Em setenta e seis anos de vida, este é o melhor bolo que eu já comi. E digo-o com toda a certeza."
Acho que é por ouvir este tipo de afirmações do meu avô, que vale a pena estar aqui, nem que seja por uns dias, e esforçar-me para conseguir concretizar com sucesso qualquer tarefa, mesmo que seja um simples e mero bolo para sobremesa do almoço de Páscoa. (:

23/04/11

Contrastar com o habitual.

Ainda bem que a terrinha dos avós é um consolo. 
Com tanto para fazer, acho que até saio daqui sem saber de que cor são os tectos das várias divisões da casa. 
Dou graças a Deus (e deve ser por ser tempo de Páscoa) a vizinha ter a net ligada tanto tempo seguido, se não tinha, obrigatoriamente, de voltar às eras de infância quando ainda chorava e fazia "trinta por uma linha" para estar presente neste (quase) fim de mundo. E sim, não dava pelo tempo passar e na hora de regressar às origens vinham-me as lágrimas aos olhos. 
Hoje, encontro-me em frente a um computador enfiada num quarto, literalmente a queimar tempo. 
Pensando bem, seria muito mais proveitoso se esta peça que tenho em cima das pernas não me tivesse acompanhado na viagem. Talvez proporcionasse muito mais o convívio inter-pessoal e alimentasse relações que apenas têm oportunidade de ser regadas nestas situações.
Ponderando correctamente, era realmente uma vantagem a nível pessoal, abandonar esta caixinha nem que fosse por quatro diazinhos seguidos. Mas a deprimência da actualidade já não (m)o permite.
Daqui a dois dias já estou na minha casa, mas regressar à rotina talvez me aborreça ainda mais. A presença da minha prima faz-me falta, definitivamente.

Quero-me/Tenho/Vou-me casar contigo! :)

Reflexão da luz.


"Blame it all upon a rush of blood to the head."

22/04/11

Comparações temporais.

Ele era/foi o meu amiguinho. O meu amiguinho não, o meu Amigo.
Acho que foi ontem, ou num dia destes, que li, também num blog, um pequeno texto de uma rapariga que tinha perdido uma amizade. Ela estava, mais uma vez a gastar tempo e neurónios a matutar nesse assunto, e arrependia-se. Digamos que me tocou, sim, mexeu comigo. Não sei se mexeu comigo porque de certa forma me identifiquei com aquelas palavras ou se apenas estava bem estruturado e me agradou.
Não posso dizer que também perdi um amigo. Não o digo, mas de certa forma, penso-o. A maior confusão é que não sei se o perdi ou se ele está, por momentos escondido à espera que eu o encontre. E pensar que houve tempos em que se um dia fosse passado sem que conseguisse sentir o seu abraço, já fazia com que uma enchente de saudades me/nos invadisse, faz-me concluir que, hoje em dia, tenho mais certeza que nunca, que não fui feita nem pensada com o objectivo de compreender mentes alheias.



Sim, de um momento para o outro eu vejo-o a passar e apenas sorrio e cumprimento, tendo uma conversa dita formal.

A Teresa fala dele como inconstante e imaturo. Concordo. Assino por baixo. Repito com todas as letras.
Ela justifica este afastamento devido à procura/encontra/descoberta de novos interesses, de "novas emoções". Não digo que seja mentira, porque não é, mas será isto assim tão fácil de aceitar?

21/04/11

Dar uma volta em torno de mim mesma.


Apesar de tudo, dava muito, mas muito do que tenho para estar lá outra vez. Londres.

 

Falta a cor.

O dia está a chegar.
Um conjunto gigante de factores influencia-me a deixar isto tudo e a olhar em direcção à capital. Apenas um, um valor da sociedade me condiciona. Os gastos obrigatórios.
Era o cenário perfeito. Posso estar, neste momento, a pensar isto por ser uma das chamadas "adolescente sonhadora e sem noção da realidade", mas a verdade é que indo para longe com a melhor pessoa com quem posso estar (Teresa) e passar uns bons anos na universidade a partilhar casa com ela, era o sonho.
Tudo seria como nos filmes para adolescentes (ou quase, vá). Sem este barulhinho ambiente que me acompanha neste preciso momento (os pais a mandar opiniões para o ar, de cérebro condicionado), sem os pensamentos alheios a tentarem fazer de ti alguém, supostamente, melhor, sem as interacções sociais desnecessárias e a que tão bem/mal me habituei.

Mas antes disto, falta o destino. Ou melhor, falta o objectivo.
Hora de almoçar.

Antes de mais, afastar os móveis.

Há muito que não o faço e agora surgiu-me uma vontade incompreensível e incontrolável de o fazer.
Acho que podem ser aquelas conversas com a Maria que me fazem retroceder e ver a minhas vivências passadas, desta vez, do lado de fora. Não me vou queixar, não. Eu gosto. Mas, de certa forma (não vou acabar esta frase)...
A Maria é mesmo o meu amparo. É verdade que estou com ela muito poucas vezes, que se conta pelos dedos das mãos as vezes que a vejo durante um ano, mas, para ser sincera, isso não tem qualquer relevância. A realidade é que as conversas com ela me fazem crescer, me fazem conhecer. Ela é mesmo uma parte do meu reflexo. Valorizo-a muito. Ou pelo menos tento.

Um dia. Talvez um dia seja capaz de ouvir esta lengalenga contada por mim. Talvez um dia consiga partilhá-la com quem devo, e até comigo mesma. Talvez um dia (me) dê a conhecer (e num tom de voz bem alto) o que realmente acontece nos meus pensamentos. Até lá, não abro a boca. Não me pronuncio. Concordo. Sou o meu eu aparentemente estável e conformado. Estou bem. Porque realmente estou. Eu sei.