25/07/11

Cores escuras definidas.

Não sei se haverá alguma sensação pior do que exactamente a de me sentir inferior a qualquer ser com que me cruzo. Sei e tenho a perfeita consciência de que ainda não experimentei todas nem sequer algumas das sensações ou sentimentos possíveis, mas por acréscimo a esta com que me deparo hoje, vem a impotência, a impossibilidade de mudar, ou seja, o conformismo. 
Consigo perceber que nem os meus próprios pais, as pessoas mais próximas de mim, afirmam as supostas qualidades de que deveria ser dotada e que qualquer pai defende veemente a sua presença em qualquer filho. E se isso não acontece, é porque realmente, no fundo, tenho razão.
A verdade, é que apesar de ser difícil de admitir e, por vezes, ouvir, já tenho a perfeita noção, já me conformei com o que sou, com o que sempre serei, com o que o futuro me reserva, com o que não posso mudar.
Neste momento, tenho a ligeira impressão de que me descobri mais um pouco e que afinal não sou tão forte como me julgava. Falar é fácil. E quando o centro do problema são os outros é ainda mais fácil.



Não vou fazer com que isto pareça um texto bonito. Não é esse o meu objectivo hoje. E uma certeza eu já tenho: uma faixa de tinta cinzenta vai existir.