25/07/11

Cores escuras definidas.

Não sei se haverá alguma sensação pior do que exactamente a de me sentir inferior a qualquer ser com que me cruzo. Sei e tenho a perfeita consciência de que ainda não experimentei todas nem sequer algumas das sensações ou sentimentos possíveis, mas por acréscimo a esta com que me deparo hoje, vem a impotência, a impossibilidade de mudar, ou seja, o conformismo. 
Consigo perceber que nem os meus próprios pais, as pessoas mais próximas de mim, afirmam as supostas qualidades de que deveria ser dotada e que qualquer pai defende veemente a sua presença em qualquer filho. E se isso não acontece, é porque realmente, no fundo, tenho razão.
A verdade, é que apesar de ser difícil de admitir e, por vezes, ouvir, já tenho a perfeita noção, já me conformei com o que sou, com o que sempre serei, com o que o futuro me reserva, com o que não posso mudar.
Neste momento, tenho a ligeira impressão de que me descobri mais um pouco e que afinal não sou tão forte como me julgava. Falar é fácil. E quando o centro do problema são os outros é ainda mais fácil.



Não vou fazer com que isto pareça um texto bonito. Não é esse o meu objectivo hoje. E uma certeza eu já tenho: uma faixa de tinta cinzenta vai existir.

03/07/11

Despertar repentino.

É tão bom ter dinheiro à farta para gastar.
Dizem que o dinheiro não é tudo, que o dinheiro não traz felicidade, que há pessoas bem felizes que não têm um cêntimo furado para gastar e outras com os bolsos a abarrotar que não mostram um pingo de bem-estar ou de felicidade. Bem, digamos que não é bem assim. É claro que o dinheiro não é tudo, mas também é claro que o dinheiro traz felicidade. Pode não a trazer por completo, mas dá-nos um cheirinho da sua presença.
A razão pela qual estou a abordar este assunto é o facto de ontem à noite ter ido a uma festa de anos. Mas, não foi uma festa de anos dita "normal", foi uma festa de anos que só quem tem o tal dinheiro que anteriormente referi pode ter, viver e relembrar. Alugar o Sardinha Biba das 21h30 à 1h00 com jantar incluido para cinquenta pessoas, entradas, dois pratos principais, saladas e sobremesas e acima de tudo, bar aberto. Espaço e música de que podiamos usufruir o quanto quisessemos durante aquele período de tempo. Ainda alguém tem a lata de me vir dizer que o dinheiro não traz felicidade? Como é óbvio todos nós fomos bem vestidos, digamos com um vestidinho e sapatinhos de gala. A parte dos sapatos deu-me um bocado mais de trabalho, visto que não encontrei nenhuns para comprar, tive de pedir uns à Maria e acabei por levar uns da minha tia que me eram ligeiramente largos atrás, mas não foi nada que não se aguentasse.
Depois da hora marcada com o fim do aluguer do espaço, são abertas as portas ao resto da comunidade e desenrola-se a dança pela noite fora. Sim, até gostei.

Pelo que tenho visto, sou das únicas pessoas que não tem que fazer mais exames, ou seja, que está de férias. Parece que anda tudo preocupado em levantar as notas dos exames do 11º, o que a mim, penso que não me preocupa. Estou numa fase de relaxamento. Profundamente. Literalmente!